Soneto para uma estrela
À distância, parece um vaga-lume!
Uma luzinha tímida que pisca,
Como se fosse apenas a faísca
Dos olhos de quem morre de ciúme.
Mas minha estrela é tudo que resume
Toda a imensidão do firmamento:
A flor mais cortejada pelo vento,
O peixe mais bonito do cardume.
Vou mais perto do céu pra contemplá-la,
E ouço outra estrela que me fala,
Que minha estrela há muito já morreu.
Eu finjo que acredito, apago a luz...
E minha estrela ainda mais reluz,
Pois vê, mesmo à distância, que sou eu.