SONETO 53

Da gasta crica à língua espúria é puta

Sem cura ou trégua, é quenga sem frescura,

À missa, à míngua de recato, é pura

Lascívia a mais vulgar no que há labuta.

À praça dos pregões da má conduta

À espreita de tesões, não de ternura

Perfaz o itinerário da procura

E oferta o fruto seco em manha arguta.

Dos tontos que seduz mas não ilude

Terá seu lucro líquido e algo imundo

Na alegre noite imensa, ah, deus a ajude...

A breve chama a abismo tão profundo

É pura empáfia e a arremetida rude

Pretende seu paraíso num segundo.

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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 22/03/2023
Código do texto: T7746289
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