Soneto matuto
Vossemecê num sabe, Sinhozinho,
Pois abra bem as oiças pro que digo:
Primeiramente, atente o seu embigo
Antes de expiar o do vizinho.
Segundamente, nunca vá sozinho
Pra onde aponta a venta, mode quê
Alguém pode seguir vossemecê,
E espetar os pés pelo caminho.
Eu bem sei, Sinhozinho, eu bem sei:
A natureza invoca alguma lei,
Toda vez que o vento traz a chuva.
Vossemecê num sabe, Sinhozinho,
Mas quando o bem-te-vi morre no ninho,
A cobra toma conta da viúva.