Ao que sonha

Descende da matiz das madrugadas,

O toque destas cordas mais aflitas,

Que tu, meu coração, no pranto gritas

Para as estrelas frígidas, caladas...

No manto das fulguras infinitas,

Te encara a lua toda concentrada,

E tu talvez, estrela amargurada,

Tem saudade do céu, por isso o fitas...

De que adianta teu tristonho canto

Se não podes voltar ao teu recanto,

Esse que num sonhar tu te imaginas?...

Aquieta-te, pobre sonhador,

Que ao chorar dessa forma, a tua dor

Sequer alcança os picos das colinas!...

Daniel Guilherme de Freitas
Enviado por Daniel Guilherme de Freitas em 22/03/2023
Código do texto: T7746124
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