Ao que sonha
Descende da matiz das madrugadas,
O toque destas cordas mais aflitas,
Que tu, meu coração, no pranto gritas
Para as estrelas frígidas, caladas...
No manto das fulguras infinitas,
Te encara a lua toda concentrada,
E tu talvez, estrela amargurada,
Tem saudade do céu, por isso o fitas...
De que adianta teu tristonho canto
Se não podes voltar ao teu recanto,
Esse que num sonhar tu te imaginas?...
Aquieta-te, pobre sonhador,
Que ao chorar dessa forma, a tua dor
Sequer alcança os picos das colinas!...