SONETO DE OUTONO

Em tardes primaveras de minha vida

Contei poucas — que não — murchas folhas,

Farfalhar em noites brancas, alvorecidas,

Da velha flora que antes da seca, molha.

Ainda que pela manhã o pranto não se recolha

Par'além do Outono, do Inverno haver saída,

Que se retire da casca a pele desflorida

A se cortar as raízes das más escolhas.

E quando bem velhinho regar as plantas

E pelo meio da tarde apanhar a vassoura

E ver a vida passageira e duradoura,

Rosas, orquídeas, margaridas, quantas!!!

Regar as plantas, negar os prantos, — doura

A vida — esta eterna e efêmera lavoura!

Gabriel Vinicius Alves dos Santos
Enviado por Gabriel Vinicius Alves dos Santos em 21/03/2023
Reeditado em 01/08/2023
Código do texto: T7745021
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