SONETO DE OUTONO
Em tardes primaveras de minha vida
Contei poucas — que não — murchas folhas,
Farfalhar em noites brancas, alvorecidas,
Da velha flora que antes da seca, molha.
Ainda que pela manhã o pranto não se recolha
Par'além do Outono, do Inverno haver saída,
Que se retire da casca a pele desflorida
A se cortar as raízes das más escolhas.
E quando bem velhinho regar as plantas
E pelo meio da tarde apanhar a vassoura
E ver a vida passageira e duradoura,
Rosas, orquídeas, margaridas, quantas!!!
Regar as plantas, negar os prantos, — doura
A vida — esta eterna e efêmera lavoura!