Flor
É um trovão essa tua voz rouca
A recrear em meu céu escuro,
Um amor mais sem futuro
Criado em minha cabeça oca.
Que imagina o teu sorriso
Nervoso passando a porta,
Tomando a solidão morta
Que me define indeciso.
Teus cachos é meia lembrança
A sombrear-me de esperança
Nossas manhãs de poesias;
A escrever rimas vazias
Com saudade e com amor,
O triste poema da flor.