Dizeres póstumos
Imploda, coração, nuns mil pedaços
E sangre, sangre a tinta desta pena!...
Derrame toda angústia que gangrena
E a escorra pelas veias dos meus braços!...
No derradeiro instante destes passos,
Se ponha, Dor, um pouco mais amena
Que a mágoa que minh'alma extraterrena
Suporta cá herdando só fracassos...
Que fique a nossa chaga bem exposta
À mosca que voando vem e encosta
Como uma obediente sentinela...
E que, como eu, também sejam poetas
Os vermes que nas vísceras abertas
Farão versos roendo-me a costela!...