Soneto brincalhão
Fico a escrever sem eira nem beira
e escrevo o que na telha me dá
é um barato qual fruta em fim de feira
só que no final da tudo em nada.
A linha nunca sai bem rimada
mas vale e é boa tal brincadeira
que ilumina, até, minha madrugada,
arte melhor do que fazer besteira.
Poesia mora dentro do poeta
a inspiração não tem hora certa
nem mês, nem ano, nem dia.
Acompanha o poeta onde ele está
só é preciso mesmo ele rimar
e aí ver nascer sua poesia.
Josérobertopalácio