SACRO OFÍCIO
Sufoco na garganta um grito rouco,
o asfalto quente lança amargo odor,
rotina a me deixar inerme e louco;
vou eu, vendendo a minha vida por
singelos níqueis, tão inexpressivos;
parece até um triste meretrício
cercado d’outros males destrutivos.
Será que existe paz sem sacrifício?
Seria a vida curta desventura?
– martelo a mente enquanto açodo o passo –
Os carros em frenética loucura...
Porém, voltar e ter o teu abraço
será pra sempre o meu maior alento,
sem ele, seguiria em meu lamento.
© Eufrasio Filho & Ismael Marck, 2023
• Eufrasio: primeira e terceira quadra;
• Ismael: segunda quadra e dístico final