Acorda!

Acorda! A corda pende em teu pescoço!...

Já não sentes prazer em acordar,

Só tens o largo nó a cingir o ar,

Tua respiração resvala o fosso!...

Acorda! Foi-se o tempo, não és moço!...

São vinte e sete vezes pra contar,

Já não podes fazer da vida um lar

Pois só sentes de tudo o gosto insosso!...

Então corta enquanto há como, infeliz,

A corda que te aperta a cicatriz,

Faz isto, sem espera por ninguém!...

O teu ódio? Transmuta num punhal

E corta já o teu laço fatal,

Pois quem te salvaria, tolo? Quem?...

Daniel Guilherme de Freitas
Enviado por Daniel Guilherme de Freitas em 17/03/2023
Código do texto: T7742238
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