Rediviva

 

Não há o que me dome ou que me vença,

pois danço sobre a morte dos instantes.

No fôlego das horas causticantes

rabisco um sonho, anulo a indiferença.

 

Morro e revivo em átimos de crença,

e em minha boca nasce o verso de antes

que, urdido em meus intrépidos talantes,

resvala o céu da minha dor imensa.

 

O verso vivo, claro e sedutor,

unge, de fé, as penas mais veladas,

rasgando o véu do altar em meu favor. 

 

Se morro à luz das noites fugidias,

suspiro no luzir das alvoradas 

e vivo além das lágrimas dos dias. 

 

Foto: Canva

Geisa Alves
Enviado por Geisa Alves em 15/03/2023
Reeditado em 16/09/2024
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