Áfono verso

Eu habitava a muda madrugada,

presa às origens, presa à tradição.

No dédalo insensato, em turbilhão,

caía ao som das pedras, rumo ao nada.

 

Na tempestade farta e anunciada

quedavam-se as certezas e a razão;

na nuvem negra, o cerne da questão

jazia na palavra amordaçada.

 

Eu vi, ao longe, abertos os umbrais

do verbo e das metáforas noturnas

de onde ecoavam vozes imortais.

 

Mas cada passo, mais caminho a andar...

Perdido dentre as crenças taciturnas,

o áfono verso não achou lugar!

 

Foto: Canva

 

 

Do poeta Jacó Filho:

FUI APENAS ESCRITO

Os poemas expandindo meu espirito,

Jamais foram por anjos declamados.

Desdobrados pra caber nos escritos,

Que pelos céus, me foram inspirados...

 

Moldados em esplendores irrestritos,

Como se um ser por Deus abençoado...

Os poemas expandindo meu espirito,

Jamais foram por anjos declamados.

 

Esparramado em jardins tão bonitos,

Que os versos viram o céu estrelado,

Moldados em esplendores irrestritos,

Como se um ser por Deus abençoado...

 

Que arte o toma como poeta bendito,

E faz o verbo tornar-se texto sagrado,

Esparramado em jardins tão bonitos,

Que os versos viram o céu estrelado,

Desdobrados pra caber nos escritos,

Que pelos céus, me foram inspirados...

Geisa Alves
Enviado por Geisa Alves em 13/03/2023
Reeditado em 14/03/2023
Código do texto: T7739580
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