O sovina
Um sovina, pão duro, endinheirado
Nas mãos uma moeda esfregava;
Para o metal cem vezes ele olhava
Pensando no seu dinheiro guardado;
Centavo por centavo era somado
Nada em sua conta lhe escapava;
De perder o avarento não gostava
Um níquel do que tinha ajuntado.
Adoeceu, porém, sua filhinha,
Findando os dias em tão negra sorte
Que a ela não salvou o que ele tinha;
E desorientado, tão sem norte,
Dizia a si “que triste a sina minha”...
- Tão rico, mas tão pobre frente à morte!