O sovina

 

Um sovina, pão duro, endinheirado

Nas mãos uma moeda esfregava;

Para o metal cem vezes ele olhava

Pensando no seu dinheiro guardado;

 

Centavo por centavo era somado

Nada em sua conta lhe escapava;

De perder o avarento não gostava

Um níquel do que tinha ajuntado.

 

Adoeceu, porém, sua filhinha,

Findando os dias em tão negra sorte

Que a ela não salvou o que ele tinha;

 

E desorientado, tão sem norte,

Dizia a si “que triste a sina minha”...

- Tão rico, mas tão pobre frente à morte!

 

Allves
Enviado por Allves em 13/03/2023
Código do texto: T7739408
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