O idealista

Boia em meu crânio, amada Helena, uma visão

Que desde minha infância veio se assentar

Em meu cérebro – tão pesado… – e cravar

Um par de férreas garras em meu coração:

Comigo em seu alado dorso, a Ilusão

Apontou-me ao horizonte um lugar

Que, de tão belo, sentiria o profanar

Se em toscas linhas lhe esboçasse descrição,

E disse-me Ela: “Meu pupilo! Inexiste

Este refúgio além dos confins de tua mente!”

Respondi-lhe, entre determinado e triste:

“Então vou escrever! Deslindar fielmente

Tudo aquilo que em meu interior existe –

E meu refúgio farei real, finalmente!”

Galaktion Eshmakishvili
Enviado por Galaktion Eshmakishvili em 13/03/2023
Código do texto: T7739198
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