Airosa pela noite, ela flutua
Airosa pela noite, ela flutua
E chora as dores rútilas, secretas
Da mãe solene e doce dos poetas
Que a poesia cede, em face nua!...
Ó majestosa dama, branca Lua!...
Guardiã destas horas prediletas,
E destas pobres almas que completas,
Quando mesmo o astro rei pra ti recua!...
Na palidez do dia que suspira,
Quando desces dos céus à minha lira
Com teu luzir que ofusca meu remorso,
E banha o mar com fúlgidos brilhares,
Nas prateadas luzes, pelos ares,
Me tome a terra, pois morrer já posso!...
Inspirado pelo poema "Melancolia", de Maria Firmina dos Reis.