Lembrança

A má lembrança sempre traz repulsa,

Ainda que, um dia, leda tenha sido.

Preenche-me meu choro, reprimido,

Na lágrima fugaz que o corpo expulsa.

E nisso, o sangue ferve dentro e pulsa;

Jurou-se ter já disso se esquecido.

E disse, na mentira, não ter crido

No amor, a fé mais forte e mais convulsa.

A sombra destes passos não tem rima,

E mesmo que versando ela se exprima,

Algum momento chega, hora descansa.

Pra quem sofre de amor não tem ventura,

Ai, pr'estes só convém a terra dura,

O sonho de também ser só lembrança!

Daniel Guilherme de Freitas
Enviado por Daniel Guilherme de Freitas em 12/03/2023
Código do texto: T7738463
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