Cancão do Carrasco
Canção do Carrasco
Recite-me tuas últimas poesias,
Meu velho conselheiro ardor algoz!
Nesta noite fria de ventos e elegias
Nas asas póstumas de um albatroz.
Tua voz ressoa no pretexto esvaído
Palavras mortas apocalipse do fim,
Gotejando a dor do tempo jazido
Como lágrimas cantadas em latim.
Nos versos que soltas elos de paixões
Revive-me no fogo abril da alma.
Punhados sóbrios do mar ilusões
Em consonância, a onda acalma...
Mas ao remanso da razão não conduz,
Mostra-me qual lado vago na cruz
Adriano J Santos