Passo etéreo
No claustro de meu quarto, mal eu sigo,
Insone sob o véu da madrugada;
Reclama, sobre a cama, cá deitada,
A mente, o pensamento, um inimigo...
E nele, não tem paz - nenhum abrigo -
Nenhuma salvação me surge ou brada
De dentro desta capa desgastada;
O invólucro mortal nasceu comigo...
Levanta minhas mãos deste flagelo,
E mostra-me ó Deus, como vencê-lo,
Revela-me esta luz, a mensageira...
Preciso acreditar em algo etéreo,
Que não pode ser tudo um cemitério
Dos sonhos que enterrei na vida inteira...