Errante
Persisto num penar de duras horas
Das quais não sei se vivo ou já morri...
No calendário, fito mais auroras
Que imaginei viver assim, sem ti...
Eu fico sem saber se ri, se choras...
Tentei, falhei, chorei... Não descobri...
Com quem te deitas, ó, por quem tu coras?...
Que néctar colhe agora, colibri?...
Ah! Enquanto meu destino é traçado,
Comungo com os rastros do passado,
Surgindo num efêmero lampejo!...
Deixou-me, então seguiu-te minha vida,
E minh'alma que vaga, tão perdida,
Procura algum sentido, que não vejo!...