Errante

Persisto num penar de duras horas

Das quais não sei se vivo ou já morri...

No calendário, fito mais auroras

Que imaginei viver assim, sem ti...

Eu fico sem saber se ri, se choras...

Tentei, falhei, chorei... Não descobri...

Com quem te deitas, ó, por quem tu coras?...

Que néctar colhe agora, colibri?...

Ah! Enquanto meu destino é traçado,

Comungo com os rastros do passado,

Surgindo num efêmero lampejo!...

Deixou-me, então seguiu-te minha vida,

E minh'alma que vaga, tão perdida,

Procura algum sentido, que não vejo!...

Daniel Guilherme de Freitas
Enviado por Daniel Guilherme de Freitas em 08/03/2023
Código do texto: T7735467
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