SONETO ENLUTADO
vejo graça como tua luz aparece
chega cortante numa autocobrança
noutrora na brisa da boa lembrança
como imagem santa que se roga prece
me desencontro sem o teu divino
hoje vejo que o amor é uma herança
via de mão única da esperança
a sentença que inocenta o destino
sua certeza era a minha verdade
é tarde, mas sigo vivo em meu luto
supondo você, os becos da cidade
sua ausência é a minha maior dor
o mundo nunca foi um lugar justo
e nossa morte é só mais uma de amor