Inveja

Que inveja me acomete quando penso

Na ventura daquilo que não sente:

Daquilo que é livre e não é gente,

Daquilo que é leve e não é denso...

Quanta fúria me atinge ser propenso

Dos abismos que existem nessa mente;

De angustiado ser, assim, dolente,

E ser complexo, são... De ser intenso...

Ser pedra, barro, poste, pá, tijolo...

De tanta coisa, fui nascer um tolo,

Demais sensível pra viver no mundo...

Feliz dos que não tem a faculdade,

Dos que não tem pureza, nem maldade,

Do que não sente dor, nem é profundo!...

Daniel Guilherme de Freitas
Enviado por Daniel Guilherme de Freitas em 07/03/2023
Código do texto: T7734696
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