“Toujours tel il apparaisse

Entre tes mains sans paresse”

Stéphane Mallarmé

 

Se o verão me lavra de atroz nevralgia,

De suor em frasco, fracasso à saúde,

Há na moda um item de chique atitude
Que oferece frágil fração de ousadia...

O flabelo livra a atmosfera de grude

Numa brisa em safra de ardil fantasia...

É gostoso o leque abanar em folia

Nas fragatas, praias em tal plenitude...

 

Glorifico o leque da China e da França
Que, retrátil, bravo seu vrá escalavra
Os naufrágios destes tornados em dança...

 

E também os leques, em tempos antigos,

Transmitiam franco sinal sem palavra
A rapazes que eram bem mais do que amigos!

 

 

NOTAS:

 

1. Fonte da imagem

 

2. Atividade efetuada na Academia Brasileira de Sonetistas. Ode a um objeto.

 

3.  "O Leque de Madame Mallarmé". Tradução de Wladimir Saldanha: "Sempre assim entre em liça/
Entre as mãos sem preguiça." Link

 

4. Métrica adotada: hendecassílabo (3a, 5a, 8a e 11a)