Confusão
Meus versos, meus cristais tão preciosos
De nuanças tão frias e tão estranhas,
São os picos elevados das montanhas,
São poentes nos céus misteriosos!...
Meus sonhos de poeta? São inditosos!...
Carrego-os em clausura nas entranhas,
Tal uma ave que tem asas tamanhas
E crê que os ares são mui perigosos!...
Mas ah! Nessa postura que enlevei
De meus tão pobres versos, não de rei,
Mas dum plebeu pretencioso e vil,
Existe a Dor de não saber quem sou...
Talvez seja eu uma sombra que dobrou
A rua duma esquina e ninguém viu!...