O MENINO E SUA PIPA
Prá ele não havia maior deslumbramento
Era sua alma colorida, sinuosa que flutuava
Por entre nuvens e no embalo se arriscava
No vai e vem de sua pipa levada pelo vento.
Nem a diversão, a aglomeração, o sol que avermelhava
Os corpos suados, largados e desatentos
Que a melhor distração naquele momento
Era a verdadeira liberdade que só ele experimentava.
Levitei meu sonho naquele lúdico pedaço de papel
E, esqueci tantos mistérios entre a Terra e o Céu
Por breve instante que só o imaginário traz.
E, o menino, longe das traquinagens e peraltices
Isola-se do mundo das tolices e imundícies
E, vaga pelos céus como toda criança é capaz.