O dorminhoco
Quando o Sol no horizonte despontar
Consigo trazendo a nós mais uma jornada,
À sua incômoda luz manterei fechada
Cada fresta e orifício de meu lar.
O que farei unicamente é bocejar,
Rolar no leito, dormir de novo – e mais nada;
Alheia à manhã seguirá minha morada,
E enquanto o puder seguirei a cochilar.
Dormir, querida Helena, é tão maravilhoso!
Mesmo que ralhes, ou queiras repreender
A mim por ser tão dorminhoco e preguiçoso,
Nada mais há que tanto amo fazer:
Pois, se dormir em si é tão maravilhoso,
Mais os são os sonhos em que vens me ver!