Soneto do fim do mundo
A vida vem e vai em séculos de existência
O planeta poluído vem desagregando gentes
Entre poemas e martírios velejamos sem sossego
Nascendo e morrendo como eternos indigentes
Se expulsos fomos de Capela, e hoje somos terráqueos
A única fé que nos move é de ainda respirar
Mantendo a circulação a espera do grande final
Que de fim ao nosso calvário desigual
Afinal somos mortais, e caminhamos para a morte
E precisamos de uma justificativa aprazível
Que nos iguale a todos, em um momento solene e único
Mágoas, dores, acidentes, assassinatos, doenças
E é claro que a fatalidade inexiste, somo vítimas
Da cruel desigualdade nascida em cruéis mentes