Canto Pálido

Avisto, ao canto pálido da Hora,

Um par de asas negras recaindo

Sobre a Cabeça esquálida onde mora

Um homem de amargor vermelho-infindo...

E vejo, sob as asas, vil espora,

Que, vagarosamente, vai despindo

O olhar amargurado que demora

A ver a morte lhe dizer: Bem-vindo!

E nesse contratempo não enxerga

Que seu sorriso vago, em vão, se alberga

Na boca cavernosa da Esperança...

E luta... Não aceita, nem se entrega...

Porém a morte é velha, mas não cega...

E o leva sorridente, enquanto dança...

Gustavo Valério Ferreira
Enviado por Gustavo Valério Ferreira em 19/02/2023
Código do texto: T7722936
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