Canto Pálido
Avisto, ao canto pálido da Hora,
Um par de asas negras recaindo
Sobre a Cabeça esquálida onde mora
Um homem de amargor vermelho-infindo...
E vejo, sob as asas, vil espora,
Que, vagarosamente, vai despindo
O olhar amargurado que demora
A ver a morte lhe dizer: Bem-vindo!
E nesse contratempo não enxerga
Que seu sorriso vago, em vão, se alberga
Na boca cavernosa da Esperança...
E luta... Não aceita, nem se entrega...
Porém a morte é velha, mas não cega...
E o leva sorridente, enquanto dança...