Blasfêmia
"Amar ninguém, também não ser amado!"
Talvez parece Deus ter proferido!...
E assim, num gesto meio enfurecido,
Minh'alma rechaçou-se deste lado!...
E desde então pereço condenado,
Vivendo sempre em sonho de iludido!...
Julgando-me ainda ter por merecido
O amor! Mas ah! Cruel, maldoso fado!...
Se meu destino é jazer sozinho,
Por que tens colocado em meu caminho
Tanto engano, ó Deus, tanta ilusão?...
Acaso Tu não sentes de mim pena,
Quando em malícia os Teus anjos ordena
Que piada façam dum pobre vão?...