Blasfêmia

"Amar ninguém, também não ser amado!"

Talvez parece Deus ter proferido!...

E assim, num gesto meio enfurecido,

Minh'alma rechaçou-se deste lado!...

E desde então pereço condenado,

Vivendo sempre em sonho de iludido!...

Julgando-me ainda ter por merecido

O amor! Mas ah! Cruel, maldoso fado!...

Se meu destino é jazer sozinho,

Por que tens colocado em meu caminho

Tanto engano, ó Deus, tanta ilusão?...

Acaso Tu não sentes de mim pena,

Quando em malícia os Teus anjos ordena

Que piada façam dum pobre vão?...

Daniel Guilherme de Freitas
Enviado por Daniel Guilherme de Freitas em 18/02/2023
Código do texto: T7722261
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