SONETO À SAUDADE
A saudade surgiu igual de costume
E não dá mais sinal e nem avisa
Quanto a doce lembrança do perfume
Numa recordação linda e precisa
Tal como um solitário vagalume
Voando à noite perdido numa brisa
Refém de um coração que não assume
O futuro através do parabrisa
Se até a simples lembrança me faz caolho
Na fuga de uma lágrima ante à porta
Que não sei se permito ir ou a recolho
Pois acho que ninguém sequer se importa
Com o cisco que teima em recair no olho
De quem nunca verá a saudade morta