Fusco d'alma
Em mansa tarde dum vermelho raro,
Na areia assisto o sol descer morrente;
De pouco, vai juncando a leda gente
Então recolho a minha Dor, mascaro...
Ninguém verá no meu semblante claro
O fusco d'alma, pois a face mente;
Ninguém terá de minha vista ausente
Sequer a luz febril que me deparo...
Tentando disfarçar a distimia,
Não vi que no contorno já nascia
Um tom arroxeado e mor nefasto...
Na praia dantes toda iluminada,
Sobrou-me a escuridão total do nada,
E nela sou completo e não contrasto...