Plantio II
Plantei-a com todo o cuidado sabido por bom jardineiro
Coloquei-a na melhor terra que tinha, e um vaso modelo
Separei o adubo apropriado, posto em momento derradeiro
Em lugar com a luz devida estava, visível era meu zelo
De pequena semente, acreditava que vira ser um viveiro
Cada poda, ingênua, pensei em evitar certo desmazelo
Meu sentimento de esperança era tão puro e verdadeiro
Dela cuidei, e ao brotar, notei o início de um pesadelo
Desde o início do broto, vejo, tristemente, que errei
Do verde que nasceu, pouco frutificou, tipo de dissabor
Reguei-a até com litros das lágrimas que derramei
Os espinhos pequenos são a essência de uma nova dor
Vendo o crescimento, não reconheço aquilo que plantei
A semeadura foi de amor, por que colho então o amargor?