Cansado
Cansaço meu, que fado, que peleja!...
Que luta, que tropeço e dura pena!...
Que sôfrega labuta me condena,
Que o negro véu da Morte me deseja?...
E quão distante meu fitar vagueja?...
Que sonha longe, de expressão serena,
Se perde e vai de além enquanto acena,
Enviesando o Mal que me craveja?...
Que nuvem cinza nubla meu Futuro?...
Até o meu passado estranho, obscuro,
Também projeta a deixa prematura!...
Enquanto luto, vou perdendo a guerra,
E entendo que o cansaço só se encerra
Na fria, escura e triste sepultura!...