Cansado

Cansaço meu, que fado, que peleja!...

Que luta, que tropeço e dura pena!...

Que sôfrega labuta me condena,

Que o negro véu da Morte me deseja?...

E quão distante meu fitar vagueja?...

Que sonha longe, de expressão serena,

Se perde e vai de além enquanto acena,

Enviesando o Mal que me craveja?...

Que nuvem cinza nubla meu Futuro?...

Até o meu passado estranho, obscuro,

Também projeta a deixa prematura!...

Enquanto luto, vou perdendo a guerra,

E entendo que o cansaço só se encerra

Na fria, escura e triste sepultura!...

Daniel Guilherme de Freitas
Enviado por Daniel Guilherme de Freitas em 10/02/2023
Código do texto: T7716005
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