PELA NOITE IMENSA
Verter silêncios pela noite imensa
À falta de expressão mais aguerrida,
Silêncios, já, por toda a longa vida
É desatino, ocupação, sentença?
É devolver à hora a cor mais densa
À beira-abismo em breve despedida
De tudo que não valha uma partida
De xadrez, é o sentir a achar que pensa.
Será tamanha ofensa ao que vai rindo
De tudo, o mentecapto tal e qual
Pelo em redor de escombros, já, ou ruindo.
Será granito em tempo tão trivial
E o ominoso grito ou cão ganindo,
Intraduzível no jargão local.
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