Ode à lágrima

Nascida na ternura ou na tristeza

Límpida gota dos orvalhos d’alma

Tu, lágrima saudosa, muda e calma,

Que força enorme tens nessa fraqueza?

                                  (A lágrima, Carmen Freire, Rio de Janeiro, 1.855 – 1891)

 

Ode à lágrima

 

Amo-te nívea lágrima serena
que nos meus olhos nasce e escava o rosto,
por causa de um penar que, por suposto,
somente um grande amor assim condena.

 

E quando cais em minha tez morena,
traduzes minha dor e meu desgosto,
deixando o meu sofrer, ao mundo, exposto,
enquanto a luz da paz a mim acena.

 

E como não te amar se bem me fazes,
alívio tu me trazes nessas fases
difíceis de seguir o meu caminho.

 

E quando, calma, brotas da alegria,
ó, filha da emoção, tu és poesia,
o colo divinal no qual me aninho. 

 

 

Edir Pina de Barros

 

Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 06/02/2023
Reeditado em 16/03/2024
Código do texto: T7713273
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