Igualdade Mata Longe

Quantos invernos já passei sem ter um teto

Quantas vezes vi meus irmãos chorarem de fome

Quantas lembranças ruins me consome

Quantas vezes fiquei sem carinho e afeto

Quantas vezes orei para morrer, enquanto feto

Mendigo, andarilho e sem teto era o meu codinome

A questão mental não escolhe sobrenome

Há valores que igualam, humanos a objeto

Igualdade mata longe, pois não quer ninguém perto

A história sempre é contada por quem quer esconder

A foto da minha família, é algo que você nunca vai ver

Certos destinos estão ligados e têm endereço certo

É tão claro, que não precisa a cigana prever

A política e a religião são caminhos, você transver ?