ESPELHO EM FUGA
A lua singra o azul de céu vizinho,
Oscila ao sul de rubros vis, sem rei,
Tendendo às soluções de sangue e vinho,
E insânias ensaiadas dalgum frei.
Espelho em fuga entre esses eus que achei
Partindo entre senis outubros, ninho
Das alucinações dum capuchinho
A beladona dado e ao mal por lei,
A lua sangra aqui no meu quintal.
Estranho que ainda a queira assim lasciva,
Terrível por ferida a mais brutal,
Qual vítima amaldiçoada de Shiva,
Toda agonias pós-lesão fatal...
E ainda assim magnífica, tal diva.
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