ESPELHO EM FUGA

A lua singra o azul de céu vizinho,

Oscila ao sul de rubros vis, sem rei,

Tendendo às soluções de sangue e vinho,

E insânias ensaiadas dalgum frei.

Espelho em fuga entre esses eus que achei

Partindo entre senis outubros, ninho

Das alucinações dum capuchinho

A beladona dado e ao mal por lei,

A lua sangra aqui no meu quintal.

Estranho que ainda a queira assim lasciva,

Terrível por ferida a mais brutal,

Qual vítima amaldiçoada de Shiva,

Toda agonias pós-lesão fatal...

E ainda assim magnífica, tal diva.

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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 06/02/2023
Código do texto: T7712660
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