TARDE DE INVERNO

Numa tarde de inverno no sertão,

Arco-íris desponta, a chuva desce

O mormaço levanta, abafa, aquece

Quando pingos mais grossos vêm ao chão.

Baixa um raio, depois se ouve o trovão

Que a costura da nuvem se destece

E mais chuva caindo fortalece,

Pois da terra molhada emerge o grão.

No terreiro da casa a água escoa,

O cupim sai dum tronco seco e voa

Volta ao chão, se não pego pelo sapo,

Mesmo assim, vai em busca dum abrigo

Já que está numa zona de perigo:

Pinto novo faz festa enchendo o papo.

Boqueirão, 05/02/2023

Luiz Izidorio
Enviado por Luiz Izidorio em 05/02/2023
Código do texto: T7712194
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