TARDE DE INVERNO
Numa tarde de inverno no sertão,
Arco-íris desponta, a chuva desce
O mormaço levanta, abafa, aquece
Quando pingos mais grossos vêm ao chão.
Baixa um raio, depois se ouve o trovão
Que a costura da nuvem se destece
E mais chuva caindo fortalece,
Pois da terra molhada emerge o grão.
No terreiro da casa a água escoa,
O cupim sai dum tronco seco e voa
Volta ao chão, se não pego pelo sapo,
Mesmo assim, vai em busca dum abrigo
Já que está numa zona de perigo:
Pinto novo faz festa enchendo o papo.
Boqueirão, 05/02/2023