MANJARES
Oh, deiforme beldade! que alumia,
Meu amaro vigor de sentimento
Ao te ver consegui contentamento,
Que sem ver-te nenhum mais conseguia.
Invocando as estrelas, mui pedia
Pelo teu, não por meu merecimento,
Que o escuro passasse, e que bem lento
Demorasse sem culp’ o outro dia.
Ouviria, dos lábios teus as queixas,
Tendo em mãos um punhado de madeixas
Ondulantes qual vagas pelos mares...
E do néctar d’ambrósia dos teus seios
Disporia de todos os meus meios
A provar teus opíparos manjares.
Boqueirão, 22/10/2021