MANJARES

Oh, deiforme beldade! que alumia, 

Meu amaro vigor de sentimento

Ao te ver consegui contentamento,

Que sem ver-te nenhum mais conseguia.

Invocando as estrelas, mui pedia

Pelo teu, não por meu merecimento,

Que o escuro passasse, e que bem lento

Demorasse sem culp’ o outro dia.

Ouviria, dos lábios teus as queixas,

Tendo em mãos um punhado de madeixas

Ondulantes qual vagas pelos mares...

E do néctar d’ambrósia dos teus seios

Disporia de todos os meus meios

A provar teus opíparos manjares.

Boqueirão, 22/10/2021

Luiz Izidorio
Enviado por Luiz Izidorio em 05/02/2023
Código do texto: T7712133
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