Arquimago
Dentro de mim resiste a noite eterna,
Um véu plangente, escuso e sem estrelas.
E a lua, mor chorosa por perdê-las,
Aguarda a luz do fosco sol que hiberna...
Dentro de mim o vento uiva, e inverna...
E a chuva cai nas relvas a lambê-las
Das flores que afogadas morrem pelas
Beiradas duma longa praia terna...
E nessa terra existe um eremita,
Um doudo e quedo sábio que me habita,
Que estuda em alta torre de marfim...
Curvado sobre tomos e papiros,
O velho tenta, em lânguidos suspiros,
Fazer o sol brilhar de novo em mim...