Arquimago

Dentro de mim resiste a noite eterna,

Um véu plangente, escuso e sem estrelas.

E a lua, mor chorosa por perdê-las,

Aguarda a luz do fosco sol que hiberna...

Dentro de mim o vento uiva, e inverna...

E a chuva cai nas relvas a lambê-las

Das flores que afogadas morrem pelas

Beiradas duma longa praia terna...

E nessa terra existe um eremita,

Um doudo e quedo sábio que me habita,

Que estuda em alta torre de marfim...

Curvado sobre tomos e papiros,

O velho tenta, em lânguidos suspiros,

Fazer o sol brilhar de novo em mim...

Daniel Guilherme de Freitas
Enviado por Daniel Guilherme de Freitas em 04/02/2023
Código do texto: T7711375
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