“Se a cólera que espuma, a dor que mora”

dentro de mim pudesse ser sentida

por outros, sei que mais nenhuma aurora

exibiria a alvura tão querida.

 

Seria escuridão que só piora,

abrindo em cada ser a atroz ferida,

que sempre desvirtua o meu agora,

que traz à tona a lágrima sentida...

 

Não tenho império, não possuo amor,

não mostro o riso, só cultuo a dor,

prossigo nesta estrada viciosa...

 

Faz muito tempo que fechei a porta

e choro sim, nenhuma vez me importa

“em parecer aos outros venturosa!"

 

Janete Sales Dany

Atividade FÓRUM DO SONETO

TRILHA DE SONETOS XCII -

"MAL SECRETO", DE RAIMUNDO CORREIA

Regra: compor Sonetos transcrevendo

no verso 1 e no verso 14 os versos

de RAIMUNDO CORREIA,

referentes ao SONETO

parnasiano "MAL SECRETO",

sendo livres o ritmo,

o esquema rimico

e o desenvolvimento do mote.

Raimundo Correia

Mal Secreto

 

Se a cólera que espuma, a dor que mora

N’alma, e destrói cada ilusão que nasce,

Tudo o que punge, tudo o que devora

O coração, no rosto se estampasse;

 

Se se pudesse, o espírito que chora,

Ver através da máscara da face,

Quanta gente, talvez, que inveja agora

Nos causa, então piedade nos causasse!

 

Quanta gente que ri, talvez, consigo

Guarda um atroz, recôndito inimigo

Como invisível chaga cancerosa!

 

Quanta gente que ri, talvez existe,

Cuja aventura única consiste

Em parecer aos outros venturosa!

Janete Sales Dany
Enviado por Janete Sales Dany em 31/01/2023
Código do texto: T7708459
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