medo da chuva

Não tenho mais medo da chuva,

Meus olhos entreabertos,

Ignoram a paisagem encoberta,

Pela dilaceradora curva.

Os medos povoam a mente,

São retalhos de passados,

Memórias pretéritas ardentes,

Vidas vividas e semblante cansado.

As artérias do pensamento,

Jazem já ao relento,

Engessadas tornam-se um tormento.

O ar ardil que toma conta do ser,

Não é um substrato do bem querer,

É a sorrateira perdição do viver.

Daniel Marin RS
Enviado por Daniel Marin RS em 30/01/2023
Código do texto: T7707675
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