medo da chuva
Não tenho mais medo da chuva,
Meus olhos entreabertos,
Ignoram a paisagem encoberta,
Pela dilaceradora curva.
Os medos povoam a mente,
São retalhos de passados,
Memórias pretéritas ardentes,
Vidas vividas e semblante cansado.
As artérias do pensamento,
Jazem já ao relento,
Engessadas tornam-se um tormento.
O ar ardil que toma conta do ser,
Não é um substrato do bem querer,
É a sorrateira perdição do viver.