Castelão do fracasso

Aquém do que se espera, sempre aquém

Um verme dentre os vermes principados

Na guerra enviei centenas de soldados,

Apenas para ver voltar ninguém...

E creio não restar-me nada além

Que ter da terra frutos malogrados,

E ouvir na corte a sátira dos bardos

A rir-me por sequer ganhar vintém...

No meu castelo velho e abandonado

Sozinho com a poeira do fracasso,

Caminho entre sombrios corredores...

Questiono os porquês, entediado,

Que meu broquel de ferro e placas d'aço

Não me protegem contra internas dores...

Daniel Guilherme de Freitas
Enviado por Daniel Guilherme de Freitas em 30/01/2023
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