Desalento da Paixão
Minha alegria tornou-se choro;
O meu deleite cerrado pranto,
A esperança tornou-se espanto;
Na saga infinda por um tesouro.
Fui alvejado por um mancebo;
De formosura além da arte
De solidão min’alma invade,
Com desventura e desapego.
Da escuridão o rubro negro,
Que apetecia voraz vontade
Que no meu peito ainda arde.
Aquela insana voz de desejo;
Cuja magia hoje resvala
Como areia pelos meus dedos.