Desventura

As desventuras do principio dos sonhos,

janeiro de infinitas esperanças

bruscas e ondulantes ondas Arrebentam

De repente como um sonho, a água me golpeia.

Desventura destes tempos de desilusão

Obscuros, os olhos marejam escondidos

As lágrimas dos dias, das dores e do verde

Do amarelo amargo espesso e confuso da humanidade.

O que a história conta não passa

De indiferente e longo sonho

Sonho furioso, mares de áspera certeza.

Porões manchados de sangue e gemidos

Bruscos rios de ameaça que amedronta

Janeiro, terror dos que ameaçados cederam a vida e a morte.