Faz-me falta, mas respiro e vivo;

tento ser lúcido para relembrar.

Sentir aquele beijo não sentido;

corpo dolente, meigo, a suplicar.

 

Querer avançar e não ter coragem:

é haver água e achar ser miragem.

palavra travada na ponta da língua;

são emudecidos fonemas à míngua.

 

Mais uma oportunidade desperdiçada;

uma fantasia pela inanição desfeita:

estaria esta existência amaldiçoada?

 

Não adianta: só ilusão resta na patena!

Exceto as lembranças, nada me deleita,

só nosso passado minh’alma serena.

René Henrique Götz Licht
Enviado por René Henrique Götz Licht em 28/01/2023
Código do texto: T7705622
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