Estio

És mais que um breve dia ao fim do estio,

cheio de luz e sombras e folguedos.

Findo o verão, assopra o vento frio,

e em ti os risos são eternos, quedos.

 

Não trazes, tu, o gelo dos segredos,

e nem das amarguras tênue fio,

mas tuas horas tecem sonhos ledos

além do tempo frágil, fugidio.

 

O estio vive em ti e no teu rosto

rebrilha a flava renda das manhãs,

e o débil tom lilás do sol deposto.

 

Além dos fins, o inverno não te alcança.

Na turva rispidez das horas vãs

a noite, em ti, tem alma de esperança...

 

Foto: Canva

 

 

Geisa Alves
Enviado por Geisa Alves em 23/01/2023
Reeditado em 25/11/2024
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