Quem sabe... sabe?
Quem sabe nalgum dia de domingo,
O sol há de raiar pouco mais cedo,
E perguntar, quiçá, se tenho medo
Da nuvem não chorar, que seja um pingo?
Quem sabe o sol acorde inda mais cedo,
Do que que tenha acordado de costume,
E finja ser um simples vaga-lume,
Que acende e apaga algum segredo?
Quem sabe nalgum dia de segunda,
Eu ponha a minha cruz sobre a corcunda,
E saia, atrás da morte, mundo afora?
Quem sabe dar resposta, meu amigo,
Inda que corra mais do que consigo,
Jamais há de morrer antes da hora.