NAS ASAS DA SAUDADE
Voa, voa, passarinho
e pouse na cada dela.
Diga-lhe que estou sozinho
e não sei viver sem ela.
Preso aqui no meu cantinho
como se fosse uma cela,
a saudade é um espinho,
uma incurável sequela.
Assim, mensageiro alado,
vá, leve a ela meu recado
sem causar nenhum abalo.
Ou empreste-me sua asa
para que, com o peito em brasa,
eu mesmo possa levá-lo.