A TODA
A TODA
Veloz, como se o tempo fosse pouco
E devesse viver anos em dias!…
Demais, como estivesse meio louco,
Às voltas com prazeres e alegrias.
Se não tinha mais dúvidas, tampouco
Se ilude com as suas fantasias.
À incompreensão alheia, o ouvido mouco
E um coração a encher de melodias…!
Poeta?! Tem dimensão de eternidade
Nas efemérides vãs d’essa saudade
De ser tudo apesar de não ser nada.
A toda, pelo tempo que lhe resta,
A própria realidade ele contesta,
Girando na espiral alucinada.
Betim - 17 01 2023