PRESCRIÇÃO
Certo dia, no banco de uma praça,
encontrei, sem querer, essa tal carta.
Por ser daqueles que nada descarta,
abri a mesma um tanto sem graça.
Talvez escrita por pessoa jaça,
ou melhor malescrita amiúde, à farta.
A curiosidade não se aparta
de mim, e, sem que minha vista embaça,
discorri sobre a dita cuja pasmo.
Fui perdendo, aos poucos, o entusiasmo
ante aquelas letras mal escritas.
Mas de tudo isso tive esse respaldo,
que me sobrou também com o rescaldo,
qual se fosse mensagem prescrita.